Revolução Sexual Feminina

”Eu tenho esse tipo de coisa, não consigo chegar ao orgasmo sendo por penetração, só me masturbando. Eu nunca senti nada, entendeu? Ah, ele [o parceiro] fica assim: resolve isso. Ele queria que eu sentisse igual ele sente. Eu já tentei todas as posições. Sozinha eu consigo [masturbando-se], mas não é muito legal não. Eu demorei muito tempo para descobrir sobre isso. Comecei a me relacionar com 17 anos e aí eu passei por várias fases, mas eu não conseguia ter prazer, mas depois que eu descobri o "X" da questão. Hoje eu sou muito melhor de que quando eu tinha 17 anos .”
 “Eu não sinto orgasmo [muito séria, falando baixinho, não olhava para as demais participantes]. Nunca senti, nem eu mesma estimulando ou o meu parceiro. Ele é muito metido a machão, é ignorante. Mas eu já falei com ele uma vez que não sinto orgasmo. Mas ele não liga porque o importante é ele .”
“Em relação às diferenças de procura pelo sexo, houve uma manifestação geral de que o homem é quem procura mais.”
“Eu sempre fui de procurar. Sempre fomos iguais, agora eu tô bem estacionada e ele tá entendendo, e quem procura agora é ele .”



Essas são algumas das respostas feitas por mulheres que como eu e você compartilham suas inseguranças.
Sim, ainda há muito a se comentar sobre sexualidade no século em que vivemos.

E sim, mulher versus machismo ainda imperam em nossa sociedade principalmente quando se diz sobre sexualidade. Nós mulheres temos quase que como herança biológica esconder nossos desejos sexuais. Ainda vivemos numa sociedade em que a mulher não tem seu direito legitimado de se masturbar, de se descobrir de se tocar e de viver sua sexualidade plenamente sem culpa.


Por outro lado vivemos numa sociedade de sexualidade explicita, tanto na internet como nos outros meios de comunicação. Se no oriente as mulheres são escravas de suas burcas, aqui no ocidente somos vitimadas do excesso de nudez, quase demasiado e constrangedor.
De acordo com levantamentos, 68% das brasileiras declararam estar satisfeitas com a maneira de viver sua sexualidade. Em 2001 o índice era de 61%, ou seja, mesmo que a passos lentos caminhamos rumo a nossa libertação e autonomia sexual. Porem as próprias mulheres ainda não se permite ver pornografias, vivem em uma realidade muito idealizada e romântica.


Temos ainda a cultura de endeusar a virgindade e um bom casamento, apesar de ter outra ponta que é a liberdade sexual feminina vivida em muitos casos precocemente e sem nem um tipo de orientação correta.
Nas escolas as praticas de educação sexual ainda engatinha  e os empecilhos vão desde religião a sociedade e preconceitos, politica e etc.uma orientação sexual satisfatória e eficaz deve ter com o intuito de informar e conscientizar,porem sem criar barreiras de preconceito como os homossexualis e com os que possuem o vírus da aids.


O grande bum da revolução sexual feminina teve como aliado a invenção e seu uso indiscriminado das pílulas anticoncepcionais. As mulheres tinham como garantia farmacêutica viver sua sexualidade sem estar aliado a reprodução.
Politicamente o que ajudou a libertação feminina foi a revolução industrial que deu espaço para a inserção feminina no mercado de trabalho dando a elas autonomia financeira e consequentemente mais liberdade com o seu corpo e o seu desejo.



A religião também se esbarra em seus dogmas quando o assunto é sexualidade, masturbação e a pornografia que não são vistas com bons olhos. Ela que também reprime o uso de camisinhas e pílulas assim como a homossexualidade e relação que não esteja dentro dos laços matrimoniais.

Devemos continuar nessa progressão de quebra de tabus que ainda rodeiam o universo feminino, não devemos acreditar que se permitir em tudo, ter que quase como obrigação ser ‘’sexy’’seja sinônimo de liberdade...